terça-feira, 30 de março de 2010

Mosaico de Imagens ASTER GDEM no ENVI


O tutorial de hoje ensina como realizar uma composição de imagens num mosaico do ASTER GDEM no ENVI. O GDEM facilita a vida pois é um produto gratuito que possui resolução espacial de 30 metros. Para os que estavam acostumados a trabalhar com os dados SRTM com resolução espacial de 90 metros remostrados para 10 metros durante o processo de ortorretificação, o GDEM é o paraíso.

Após realizar o download do DEM, carregue os recortes do ASTER GDEM no ENVI clicando no menu File > Open Image File. Selecione todos os arquivos e clique no botão Abrir.

Para criar um mosaico, clique no menu Map - Mosaicking - Georeferenced


Na janela seguinte, clique no menu Import - Import File and Edit Properties


Selecione todos os arquivos e clique no botão OK.


Ao importar os arquivos com a opção Edit Properties, o programa sugere ajustes para cada imagem que será carregada. Dentre as opções, os campos mais notáveis são Background See Through e Linear Stretch.


A primeira opção sugere abstração do plano de fundo, portanto, se o plano de fundo for escuro, o valor zero deve ser ignorado durante a composição do mosaico.

A opção Linear Stretch permite aplicar um realce nas imagens, o que não considero uma boa idéia. As imagens do DEM dispensam nenhum ajustes de equalização ou manipulação de histogramas.

Durante a composição mosaico de imagens, o ENVI vai solicitar essas modificações para cada imagem. Se existem seis cenas, seis vezes será necessário realizar esses ajustes. Clique no botão OK e passe para a próxima imagem.

Ao terminar de modificar as informações nos campos Background See Through e Linear Stretch, o mosaico torna-se disponível, como exibido abaixo:


Chegou a hora de salvar o arquivo no disco rígido. Clique no menu File - Apply para gravar as alterações.


Modifique a Reamostragem para Bilinear e selecione um nome de saída para o arquivo:


Um processo de mosaicagem irá ser executado a partir de agora:


O DEM será carregado no ENVI como formato de extensão nativa. Carregue o mosaico GDEM num novo display. Está pronto o mosaico GDEM! Não é lindo?


Salve para o formato Geotiff. Na própria janela do Display onde o mosaico foi carregado, clique no menu  File - Save Image As - Image File:


No campo Output File Type, selecione Tiff/Geotiff. No campo Enter Output Filename, selecione um novo nome para o arquivo (o ENVI não permite sobrescrever arquivos). Clique no botão OK e aguarde o término do processo.


Agora você pode reprojetar o mosaico de acordo com a projeção da região de interesse. Lembrando: você pode executar a Reprojeção no formato nativo do ENVI. Bom trabalho!

segunda-feira, 29 de março de 2010

QGIS 1.4: Importando Coordenadas XY

Uma dica simples, mas extremamente útil. Sabe aquela planilha Excel com coordenadas que devem ser transformadas em pontos? Agora ficou mais fácil adicionar dados XY no SIG Livre QGIS: basta utilizar o plugin Texto Delimitado (Delimited Text) e a missão será facilmente cumprida! Iniciantes vão gostar muito dessa dica.

PRIMEIRO PASSO: Organize seus dados na planilha, como mostrado abaixo (exclua planilhas vazias):
SEGUNDO PASSO: Ainda no BrOffice/Excel, EXPORTE a planilha para o formato CSV.

TERCEIRO PASSO: Abra o QGIS e ajuste as coodenadas do projeto de acordo com as coordenadas da planilha. Certifique-se que o plugin Texto Delimitado está ativo, clicando no menu Plugins e selecionando a opção Gerenciar Plugins:
Marque a opção Adicionar Camada de Texto Delimitado e clique no botão OK.
QUARTO PASSO: Acesse o menu Plugins > Texto Delimitado > Adicionar uma camada a partir de um texto delimitado:
Aponte para o local onde a tabela CSV está armazenada. Para o campo Delimitador de Amarra, utilize (;).
Clique no botão Analisar, seguido do botão OK. Sucesso! As coordenadas CSV transformaram-se em pontos! Basta clicar no menu Camada > Salvar como Shapefile. Veja a Tabela de Atributos (clique para aumentar):
Dúvidas e sugestões podem ser enviadas para o e-mail procdigital@gmail.com.

domingo, 28 de março de 2010

Kosmo 2.0 - Primeiros passos (continuação)

No post anterior conhecemos as configurações da Vista e extensões do Kosmo 2.0. Quel tal descobrir os algoritmos que o programa utiliza para criar e editar um arquivo shapefile, modificar a simbologia e os rótulos das feições?

Adicionando dados na Vista principal

Clique no botão Carregar Dados para adicionar um arquivo shapefile ou imagem ao projeto:
No campo Formato são exibidas várias opções de arquivo que o Kosmo pode interpretar.
Utilize as Opções Avançadas (Advanced Options) para modificar a codificação de caracteres caso a base de dados apresente problemas com caracteres especiais - para uma compreensão maior acerca da codificação de caracteres, veja esse post.

Modificando a simbologia dos arquivos shapefile

Para modificar a simbologia, clique com o botão direito do mouse sobre o arquivo e seleciona a opção Simbologia > Modificar  Estilo
Na guia Desenhar, há opções para modificar o contorno, plano de fundo e espessura da linha do arquivo shapefile. O Kosmo possui algumas simbologias pré-definidas (clique para ampliar):
Na guia Etiquetas, há opções para o campo da tabela que contém os atributos que aparecerão no mapa, o tamanho da fonte e opções para modificar a cor e a fonte. A opção Halo permite criar uma máscara para inserir um cor de fundo sobre a letra. Vou deixar essa opção marcada com a cor azul para que você conheça os efeitos.
De volta ao mapa, veja o resultado das modificações da simbologia (clique para ampliar):
Criando um novo arquivo shapefile

Para criar um novo shapefile, clique no menu Visualizar e selecione a opção Inserir Novo Layer
Escolha o tipo de feição (ponto, linha ou polígono):
O novo arquivo shapefile vazio será inserido no mapa:
Iniciando o Modo de Edição de Feições no Kosmo

Essa é a parte que os geoprofissionais adoram: o modo de edição das feições no SIG. Foi difícil para o blogueiro, navegante de primeira viagem no Kosmo, identificar o modo de edição pela primeira vez neste programa.

Para iniciar a edição, clique com o botão direito do mouse sobre o arquivo e selecione a opção Editável. Veja a imagem abaixo:
Ao entrar no modo de edição, a barra de ferramentas Painel de ferramentas de edição torna-se disponível, trazendo as tarefas de edição mais comuns. Clique no botão indicado na imagem abaixo para desenhar um retângulo. Para desenhar um polígono irregular, clique na ferramenta ao lado:
Várias tarefas de edição podem ser realizadas, como mover, dividir, inserir vértices, limpar seleção, entre outras. Fique à vontade para explorar os recursos de edição no Kosmo.
Para limpar a seleção, clique na ferramenta indicada na imagem abaixo.
Ao terminar de efetuar o desenho, clique novamente na opção Editável para sair do modo de edição.
Por duas vezes o software solicita gravar as modificações no novo shape. Clique em Yes:
Veja o novo polígono desenhado na Vista:
Considerações Finais

O Kosmo é um Sistema de Informações Geográficas que possui grande potencial para realizar consultas, edição de dados vetoriais e análises. Através dessa rápida introdução, fica claro que as tecnologias livres  podem apresentar um bom resultado nas tarefas cotidianas. Iniciativas como Kosmo, QGIS, gvSIG e TerraView estão no mercado para mostrar que a colaboração entre usuários finais e desenvolvedores é a chave para a ampliação dessas alternativas no mercado de Geotecnologias.

sábado, 27 de março de 2010

ASTER GDEM: downlod gratuito


Já sabe como obter gratuitamente dados altimétricos com resolução espacial superior à missão SRTM da NASA?

Para fazer o download do DEM com resolução espacial de 30 metros, siga os passos abaixo:

Na página principal, faça um rápido cadastro no portal ASTER GDEM clicando na opção Register. Após registrar-se, efetue o login no site. Ao logar-se, clique na opção Search para iniciar o mecanismo de busca por imagens do ASTER GDEM que cobrem o globo terrestre.
O critério mais simples de consulta se dá através do upload de um arquivo shapefile da região de interesse. O arquivo deve ser projetado em coordenadas geográfias e Datum WGS 1984.
Os dispositivos do site são completamente intuitivos: o controle deslizante estabelece o nível de zoom no mapa. Os grids com as quadrículas (tiles) podem ser exibidos ou ocultados. As setas Norte, Sul, Leste e Oeste deslocam o mapa nestas direções. Há pouca coisa para explicar sobre o funcionamento do site.
Clique no botão para iniciar a consulta. Se os dados do arquivo shapefile estiverem corretos, o site vai indicar um contador com um número X de tiles que recobrem a poligonal da área de interesse. Clique em Next para prosseguir para o processo de aquisição das imagens.
O portal ASTER GDEM vai solicitar informações sobre a aplicação do produto e informar os procedimentos acerca das licenças de uso. Concorde com as opções clicando no botão Agree.
Agora basta fazer o download normalmente. Se sua área for muito grande, o site vai fazer o download dos 100 primeiros tiles. Após a conclusão, novos tiles serão enfileirados e estarão disponíveis para acesso.
Essa foi a dica fácil de executar já postada aqui no blog. Os dados estão originalmente em GCS_WGS84 e os pixels podem ser reamostrados para 30 metros através de poderosos aplicativos de geoprocessamento. A mosaicagem de todos os tiles da região também é um processo fundamental para utilizar o DEM no processo de ortorretificação de imagens de satélite, uma tarefa comum para os profissionais da área de geoprocessamento.
Desejo sucesso em suas transformações com o produto gratuito ASTER GDEM.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Como buscar imagens do satélite ALOS?

Julguei interessante trazer uma dica sobre como consultar imagens do satélite ALOS. Consultar imagens de satélite foi minha primeira tarefa ao ingressar no mercado de Geotecnologias. Não são poucas as pessoas que tem acessado esse blog em busca de informações sobre esse sensor, por isso não posso permitir que esses leitores permaneçam com dúvidas acerca desse assunto.

Esse vai ser um post longo, mas será compensador.

Preparando os dados da consulta

Informações técnicas sobre o satélite ALOS podem ser obtidas através deste post.
O site responsável pela distribuição dos produtos ALOS chama-se ASF (Alaska Satellite Facility). O mecanismo de busca por imagens ALOS no site possui três metodologias. O método mais prático é a consulta geográfica. Antes de iniciar o processo de busca, precisamos informar a localização exata  da Região de Interesse e suas coordenadas.

Através do seu programa SIG, imagine uma Área de Interesse num dado local. Se observarmos bem, qualquer área pode ser representada por um retângulo ou quadrilátero envolvendo sua localização, conforme pode ser observado na imagem abaixo:
Capture ou anote as coordenadas geográficas em graus decimais nas posições norte, sul, oeste e leste deste retângulo imaginário que envolve sua AOI. Três casas decimais são suficientes.
Copie e cole as coordenadas no editor de texto simples. Formate os campos dessas coordenadas, substituindo o separador de vírgula por ponto e eliminando dados desnecessários.
Um detalhe importante: é preciso posicionar as coordenadas da latitude (Y) na frente da longitude (X) para que essas coordenadas sejam aceitas no mecanismo de busca da ASF. As coordenadas editadas devem seguir o formato abaixo:

Preparando os dados da consulta

Acesse o site da ASF e clique na opção ALOS DATA.
Clique no mecanismo Geographic Search para iniciar os procedimentos de consulta. Nesse momento, você está logado como guest e possui apenas a opção de consultar imagens, não podendo prosseguir no processo de compra e aquisição das imagens. No momento, as credenciais de guest são suficientes para realizar o nosso trabalho.
No primeiro item da consulta, o próximo passo é acessar o campo Select Search Area. Modifique a opção para Paste Coordinates e cole as coordenadas que foram organizadas no editor de texto. Veja o campo abaixo:
Agora entraremos na edição dos critérios de busca. Aqui é possível consultar cenas do instrumento PRISM, AVNIR-2 ou PALSAR. Outros dados importantes são: cobertura de nuvens, data de aquisição e método de observação do sensor (os modos que o satélite ALOS utiliza para observar um objeto na superfície terrestre). Veja os Itens 2 e 3:

No item 4, clique no botão SUBMIT SEARCH para iniciar a consulta. O usuário tem a opção de limitar o número de resultados por página. Aguarde o término do processo.
Várias cenas serão descarregadas na página. Os resultados variam de acordo com os critérios adotados nos itens 2 e 3. Faça uma marcação de todas as cenas de interesse. Ao clicar no preview de uma cena, o usuário tem acesso aos metadados daquela cena. Cada cena é identificada no ASF como GRANULE. Cada granule possui um identificador, conhecido como GRANULE ID. Esse identificador de cena é o dado principal que diferencia uma cena de outra; é a informação indispensável ao processo de compra.
Clique no botão Export Selected Granules to CSV para salvar a consulta das cenas selecionadas para o formato CSV. O botão acima deste permite salvar e visualizar as órbitas das cenas ALOS no formato KML do Google Earth.
Agora que o arquivos KML e CSV foram exportados, você pode solicitar uma consulta a qualquer empresa de georreferenciamento com base nas cenas visualizadas no arquivo CSV. Certifique-se de selecionar apenas as cenas de interesse. Com o identificador da cena, você pode conseguir cenas ALOS em qualquer operadora de satélite.
Visualizando os dados da consulta no Google Earth

Essa parte é dedicada aos geoprocessadores experts: No Google Earth, exportei minha Área de Interesse para o formato KML e carreguei junto com as cenas ALOS que exportei anteriormente. Essa é uma análise da cobertura de cenas ALOS AVNIR-2 naquela região com até 3% de nuvens:
Se você é um "geo-chato" como eu, você vai querer ver as cenas ALOS sobrepostas na AOI. É assim que pensaria um potencial cliente em busca do produto ALOS. O problema desses granules no Google Earth é que eles não carregam quickviews georreferenciados: será necessário converter o KML para o formato shapefile e georreferenciar cada quickview sobre cada polígono. Para que a imagem não fique com os pixels extremamente estourados, utilize a imagem da visualização dos metadados no processo de georreferenciamento.

Existe outro problema: ao converter de KML para shapefile, a maioria dos programas que testei "destrói" a base de dados durante o processo de conversão, e você perde o campo GRANULE_ID de todas as cenas. O único programa que abre o KML e conserva os campos GRANULE_ID é o Global Mapper.

Outra observação: antes de abrir o KML no Global Mapper, é preciso fazer uma cópia do KML que foi exportado do ASF para o Google Earth como um novo arquivo KML. Puxa vida, tudo isso para fazer aparecer uma pequena imagem sobre o vetor?

Esse é o diferencial do trabalho. No Google Earth, faça uma cópia o KML que foi gerado pelo ASF clicando com o botão direito do mouse sobre o arquivo e selecionando a opção SALVAR LUGAR COMO. Esse procedimento vai permitir a leitura dos atributos no novo arquivo KML

No Global Mapper, abra o KML. Repare que os GRANULE_ID aparecem:
Salve o KML como SHP. Georreferencie os quickviews. Com os vetores, calcule a área geográfica  das imagens que cobrem a região de interesse. Veja o resultado final de todo o processo:
Dúvidas e sugestões podem ser enviadas para o e-mail procdigital@gmail.com

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